sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

A Thousand Years

Eu já sabia desde aquela primeira chuva de dezembro, não seria fácil. O vento batia fortemente pela janela do meu quarto, a natureza chorava por algum motivo, que talvez hoje eu saiba, um desencontro no destino de um coração. Faz algum tempo que não vou vê-lo. Presenciar aquela situação não apetecia a nossa historia, um conto de fadas que se perdeu com o vento de alguns dezembros. Hoje aprendi a conviver com o sentimento. Eu te amei por mil anos, e amaria por mais mil. Ele foi preso em algum lugar de sua mente por minha culpa. Se perdeu em sentimentos inseguros, e a loucura se tornou a maneira mais sensata de viver. Entendo que meu pai estava apenas preocupado comigo, eu era jovem demais, mas é como se minha alma gritasse por aquele amor. Eles não entendiam, ninguém entenderia. Mas eu não estava louca, em cada dia desses cinco anos que se passaram eu não havia me esquecido dele. Lembro-me da tarde em que vimos o pôr do sol do alto da grande pedra, seu cabelo balançava junto ao vento, o sol fazia um contraste alaranjado que junto ao seu olhar o tornava indescritível a cor de sentimentos que criava em mim. Sinto-me mal em te amar, mas ao mesmo tempo honrada por conseguir manter essa chama acesa por tanto tempo. Talvez seja a hora de esquecer, deixar descançar apenas no coração o que não sai mais da mente. Por vezes pensei que seria melhor estar no lugar dele. Após o acidente em que meu pai faleceu e ele ficou em coma profundo prometi a mim mesma jamais deixá-lo. Um ano depois ele acordou, e a ilusão de que esse amor pra sempre iria se tornar real caiu por terra nas primeiras horas. Ele não lembrava de mim, não lembrava de si, muito menos de tudo o que foi vivido. Alguns dias crio coragem e vou vê-lo de longe no meio de tantos loucos, queria muito acreditar que há algo errado com a decisão dos médicos, ele parece tão inofensivo, tão sensível, tão o garoto que me amou pela primeira vez. Ele ainda é o príncipe que roubou meu coração, sei que ele está ali em algum lugar. Há dois anos recebi as cartas que ele escreveu e meus pais não entregaram, minha vida se tornou um enredo de um filme mal projetado. Enquanto ele era amarrado aquela camisa de forças as lagrimas percorreram rapidamente meu rosto, quando a porta daquele carro se fechou e o levaram .. levaram minha alma foi junto. Lembro do dia em que perguntei a ele o que faria se eu morresse - Eu morreria também. Algum dia essa carta chegará em suas mãos, e se não chegar talvez o destino esteja te poupando de alguma lembrança, talvez seja melhor seguir sem lembrar de tudo. " Eu te amo, existe apenas você em minha vida. Você ainda está aqui de alguma forma, vivo como um ultimo suspiro, mas vivo junto com tudo aquilo que me impede de ser outra pessoa alem daquela que você conheceu. Mesmo que não lembre de mim, quero te deixar um ultimo pedido - Quero que você nunca minta, engane, ou traia. Mas se tiver que mentir, minta para passar todas as horas da sua vida comigo, se tiver que enganar, engane as incertezas do destino e as minhas angústias, e se tiver que trair, traia a morte pois não consigo viver nem mais um dia sem você.

Analu Oliveira 

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